quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Traços Visuais de um Quinteto

Quem sai de casa para ver um show musical, quer assistir mais do que música. A expressão de uma banda tocando ao vivo, o som que ecoa do movimento das mãos, dedos e corpos no palco, o astral do lugar, o encontro com pessoas, a festa - eis os vários elementos que compõem a cena musical.

Foi na tentativa de captar visualmente os múltiplos ambientes da música que o pintor Gian Paolo Doth se municiou de pincéis e cores e de uma tela em branco para registrar ao vivo o show do Quinteto Sivuca - uma homenagem ao mestre da sanfona, promovida pelo SESC Rio, na Tijuca, em 19/10.

"O prazer de pintar e o prazer da música são as maiores motivações", resume Gian Paolo, que é precursor no Rio de Janeiro do movimento "Ateliê Sem Portas", resgatando uma tradição milenar da pintura, que é o trabalho ao ar livre em ambientes públicos.


Dessa vez, o pintor optou por cores leves, sempre guiado pela intuição. O amarelo predominante não só traz leveza ao quadro como também um ar de nobreza, típica de uma homenagem póstuma.

A presença de um pintor num show musical vem a corroborar com a tendência contemporânea de integração das artes, uma característica milenar que remonta aos antigos gregos. E o trabalho de Gian Paolo Doth se constrói exatamente sobre essa busca: a construção de espaços de harmonia entre a música, a poesia, a dança e a pintura.

Um comentário:

Yeda Arouche disse...

Todos belíssimos! E, em particular, meus aplausos para o "Angú do Gomes", registro e memória da cidade do Rio de Janeiro!